O restante do investimento será aplicado em parcerias com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em pesquisas direcionadas para o setor de óleo e gás.
As iniciativas vão avaliar, por exemplo, o potencial de aprimoramento de simulações de reservatórios baseado em ferramentas digitais; as relações entre propriedades físicas de diferentes rochas de reservatórios de petróleo; e o impacto das interações entre rochas e fluidos envolvidos nos processos de extração.
“Investir em tecnologia e inovação é crucial para otimizar o setor de óleo e gás, acelerar projetos em energias renováveis e desenvolver soluções de baixo carbono, em linha com a nossa estratégia global. Nesse sentido, temos trabalhado para fomentar o desenvolvimento de soluções que contribuam para a eficiência de nossas operações, ao mesmo tempo em que estimulamos a ciência em nosso país”, afirma Veronica Coelho, presidente da Equinor no Brasil.
“O desenvolvimento de pesquisas em parcerias com instituições de expertise reconhecidas em suas áreas, como CNPEM, UNICAMP e UFSC geram conhecimento técnico e soluções de valor aplicados aos projetos da Equinor”, declara Andrea Achôa, gerente de PD&I da Equinor no Brasil.
A parceria com as três instituições tem escopos complementares integrando-se no “superprojeto” Sirius, com investimentos na extensão de infraestrutura e atividades de pesquisa. A Equinor, em parceria com CNPEM, Unicamp e UFSC, utilizará a maior e mais complexa infraestrutura científica brasileira para aprofundar conhecimentos sobre atividades de exploração e produção.
O projeto de P&D em parceria com a Unicamp terá como objetivo avaliar as propriedades das rochas existentes no pré-sal no que diz respeito, principalmente, à sua porosidade, permeabilidade e seu comportamento em contato com diferentes fluidos. As amostras de rocha serão enviadas ao CNPEM para serem investigadas na estação de pesquisa Mogno, do Sirius, e comparados a dados coletados no Labore – Laboratório de Reservatórios de Petróleo da Faculdade de Engenharia Mecânica, da Unicamp.
“A parceria dá continuidade a que iniciamos em 2013, quando o Labore esteve à frente de dois dos três projetos entre a Equinor e a Unicamp. A cooperação reforça a formação de recursos humanos de alta qualificação por meio do curso de pós-graduação em Ciências e Engenharia de Petróleo, de caráter interdisciplinar, com gestão conjunta por meio da Faculdade de Engenharia Mecânica e do Instituto de Geociências, com apoio do Cepetro”, declara Rosangela B. Z. L. Moreno, Coodenadora do Projeto da Unicamp. “Os projetos de pesquisas em conjunto têm impactado positivamente no desenvolvimento de novas tecnologias que beneficiam o setor energético e consequentemente a sociedade”, complementa Marcelo Souza de Castro, Diretor do Cepetro.
Também para observar os fenômenos dos diferentes fluidos interagindo com as rochas, a colaboração com a UFSC vai realizar estudos, a partir da utilização de rochas reservatório do pré-sal, para desenvolver um protocolo digital para estas amostras. Esses experimentos, que integram outro projeto de P&D, serão comparadas a imagens geradas com uso de técnicas avançadas de microtomografia, realizadas no Sirius. Pretende-se, com a iniciativa, aperfeiçoar os códigos de simulação numérica do escoamento de fluidos em meios porosos, o que é recorrentemente utilizado nas operações da Equinor.
"A parceria com a Equinor, a Unicamp e o CNPEM reforça o compromisso da UFSC com o desenvolvimento de ciência e tecnologia de alta qualidade e suas aplicações na indústria, uma marca importante na identidade de nossa universidade. Este projeto é especialmente relevante pela elevada internacionalização, ao nos conectar com uma multinacional atuante em um setor estratégico da economia brasileira e com pesquisadores de vários outros países", salienta o professor Jacques Mick, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFSC.
Já a colaboração com o CNPEM envolve o desenvolvimento de projetos de infraestrutura para a linha de luz Mogno, atualmente em fase de testes no Sirius. Projetada para micro e nanotomografia de raios-X, a Mogno permite gerar imagens tridimensionais em poucos segundos e em zoom contínuo, o que torna possível estudar uma mesma amostra em baixa e alta resolução.
Os experimentos a serem realizados em parceria com a Equinor na linha de luz Mogno se beneficiarão das características que tornam o Sirius uma fonte de luz síncroton de última geração, como seu alto brilho. Dessa forma, os pesquisadores envolvidos nesses projetos terão uma melhor compreensão das dinâmicas do escoamento de fluidos através dos poros das rochas-reservatório, o que contribui, por exemplo, para a recuperação avançada de petróleo.
“Este projeto permitirá implementar um novo sistema experimental na microestação atual da linha Mogno, visando obter imagens tridimensionais de alta resolução em condições in-situ e operando. Nesses experimentos, as amostras de rocha poderão ser analisadas em condições similares às dos reservatórios de petróleo, durante a injeção de diferentes fluidos nos meios porosos dessas rochas”, explica Harry Westfahl Jr., diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do CNPEM.